Ciúme

Avisei ao Antonio:
"Filho, vou te acordar durante a noite para tomar remédio"
Valentina que estava por perto falou que também queria ser acordada.
"Por que vou te acordar de madrugada se você não precisa tomar remédio?"
Ela pensou, pensou e depois de uns minutinhos veio atrás de mim:
"Mãe, você pode me acordar para tirar minha remela, assim, de manhã não preciso lavar o rosto!

Eu brinco sim.

Hoje em dia não estou trabalhando e os pequenos passam a tarde na escola. 

Nós tinhamos uma babá ótima, carinhosa, paciente e o melhor: fazia brincadeiras incríveis. Era boa em inventar histórias, tinha um pique de dar inveja e ainda era louca pelos meus filhos. O problema era que ela virou uma "personal player" , sabe? 

Além da questão financeira eu começei a questionar a tercerizaçao das crianças. Era muito comodo eu não precisar jogar futebol com o Antonio ou brincar de boneca com a Valentina. Até porque a babá era incansavel eu sou muito cansavél... Hahahaha

E foi aí que percebi o que eu estava perdendo. E eles também.

Tive que reaprender a brincar. E é nessas horas que mais percebemos nossos pequenos. 

Quando estou cansada ou ocupada, eles brincarm os dois ou se viram para brincar sozinhos. E aprendem a lidar com o tédio. E vão aprendendo a lidar com a vida. Até porque na vida não é sempre que vai ter alguém pronto para "brincar"com a gente.

Posso dizer de boca cheia que jogo  futebol, queimada, ludo, dama, tapa certo, sou ótima para montar looks nas bonecas e faço até esculturas de massinhas. Mas odeio brincar de esconde-esconde.

E quando eles insistem muito eu me escondo super bem e aproveito para olhar o instagran, lixar as unhas ou até dar uma relaxada. Sou humana. Sou mãe. E sempre tomo pau no jogo de memória...